
Se te cortar ao meio,
de co-r-po,
há um mar que te engole
na língua de uma lasca
de espuma Rui,
quando te vejo,
no lugar onde nunca estou,
quadrado, frio, chão,
numa tira de pele
sem rede de trapezista,
servida quente,
crua,
sem sal nem tinto,
aceitando o sono,
faz-me furacão
sombra de um céu
à janela somados,
faiscamos,
recobrindo outras voltas
na entrega de um rasto,
e,
inventas-me,
na noite dos dias
que a tua pele amanhece,
como uma ária,
não parando o sonho
que de vermelho se veste,
prometendo um tão feliz,
para o sorriso esquecido
de um beijo sem memória,
no tecido da saliva,
como uma folha branca,
arctando o gemido
deste som que polvilha,
a cama,
o chão,
e o telhado da varanda
que junto ao céu se abriga,
na cenografia deste instante
teu
.
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