19.3.12

16.3.12


E assim pousamos de tão leves
e abraçados
sobre o soalho frio e gémeo das nossas bocas

vestindo de sal e dando de beber
nos dias de chuva
o beijo quente que é língua.

oMortegrafia:: Chris Craymer

2.3.12

Quando tudo acaba,
resta o silêncio, resta a poesia:

Um dia,
como o amor escrito
no livro da tua pele,
ancorarei esta solidão
entre os dedos destas mãos,
e chorarei,
chorarei do chão
para que o céu sinta,
oAmor
de onde nunca saí,
por_que bebo-te em todas as sedes
e ardes-me por dentro,
sempre,
por_que esta saudade
és Tu,
e só aqui me doem
estas palavras,
escritas deste fundo,
a fogo,
de lábios a lábios,
na ponta destes dedos.
oMortegrafia: Ron Coulter

17.2.12

Gosto de ti assim.
Sombria e fria ausente de zero
Como quando nos dizemos
A nu
E assim escritos nessa língua
Da palavra gasta
Da palavra morta.

oMortegrafia: Tomasz Makarczuk

1.9.09

oM Ã E


Levanta-me desta água
que te tenho sede.

7.6.09

Não preciso de saber como és para dizeres-me tanto.

30.5.09

Apetecem-me palavras simples, daquelas que levam-nos para onde não sabemos.

29.5.09

Cada um de nós tem um céu, uma escada e amigos.
A Vida não precisa de mais nada.

9.5.09

Há milhões de pessoas no Mundo mas tudo se resume a TI.

6.5.09

-
Na vida antes de tudo.

17.3.09

 
Meu amor,
vou dizer-me:
Restas-me tu,
tu e esse livro
onde aprendi o que sei,
pois visto a tua carne
e escrevo-te com a pele
na cor do teu nosso,
planalto e abismo,
porque sou da terra
e tu és do sonho,
para que sopres
e que eu pouse no cimo das coisas,
que és tu,
tu que eu grito
e folheio em suor,
nesse tamanho
que me deixa sempre à sombra
e o teu peso nas minhas mãos.
Amor,
deixa-me nos ramos
que eu quero o teu beijo,
nos dias tristes
entre as folhas
porque eu sou o inverno,
mas tenho na boca um jardim
para poder partir apetecido,
para que tu vivas
porque isto é o que eu sou,
vento,
e é tudo.
oMortegrafia: Lissa Hatcher

22.2.09


O meu único desejo é conversar.
Conversar com alguém que ainda me sabe sorrir.
- José Manuel Saraiva -

13.2.09

É de noite este poema,
inteiramente deitado,
e sou assim nas tuas coisas,
um sonho dentro de outro sonho,
e no teu corpo o mar,
e todo o mundo a nascer,
e as palavras,
como uma onda na garganta,
com o sal a rebentar,
e eu sabendo-me,
a seguir-te o rasto em silêncio,
para subir-te em degraus,
e à porta do teu amor,
nesse tempo onde ficamos,
acendidos pelos lábios,
no meio de palavras lentas,
a tua boca como dicionário,
daqueles,
em todas as línguas de um língua só nossa,
porque inventamos onde os outros esquecem,
e abres-te,
para que eu entre na tua casa,
a noite toda até que se curve o dia,
e escreves o sentir nas minhas costas,
e todas as gotas de orvalho juntas,
porque sou assim no teu corpo,
no teu nome,
por dentro do teu nome,
sou assim,
carne desta coisa quase poema,
porque este é o reino,
e tu,
aRainha.