28.4.08

Est modus in rebus

Estrangulas as arestas da minha boca,

Desalinhando o toque frio,

No acaso dos dias sombrios,

Na ditadura desse beijo,

Como quem engole com a fome,

Todos os sulcos matinais,

Debilitados e quebrantes,

Onde me queimam,

E assim ardendo,

Com mais fogo,

Na mesa que é o teu corpo,

Sedoso e mastigante,

Meu anjo, meu tudo,

Meu mesmo eu,

Onde o coração está cheio de tanto,

Porque mais ninguém cabe,

Onde tu embriagas,

Amarga a sede que dilacera,

Neste peito mutilado,

Extraído,

Porque assim te pulso,

Silenciado,

Neste canto que é destino,

Só.

Nenhum comentário: